#COVIDNaReal




Há séculos os povos originários das Américas sentem os efeitos devastadores de novas doenças e epidemias introduzidas por colonizadores e não índios.

Agora a população indígena se depara com a pandemia, estando entre os grupos mais vulneráveis da #covid19. As situações sociais, econômicas e de saúde (em geral piores que as dos não índios) em que vivem amplificam o potencial de disseminação da doença.

Entre elas, está a distância geográfica dos serviços de saúde e a insuficiência destes sistemas nas áreas remotas. O Subsistema de Saúde Indígena, pertencente ao SUS e criado para atender a saúde indígena, enfrenta a falta de estrutura e de recursos para tratamento de complicações mais severas, como as causadas pelo coronavírus, que demandam leitos de UTI com respiradores artificiais. Só a Região do Xingu no Pará, por exemplo, tem nove leitos para 400 mil pessoas.

Além disso, o modo de vida da maioria da população, que mora em casas coletivas e compartilha utensílios como cuias, tigelas e outros objetos, favorece as situações de contágio.

A parcela indígena que se encontra nas áreas urbanas também sofre, em geral, com a precarização das condições de existência, sem habitação adequada, saneamento básico, acesso à saúde etc.

Segundo dados de hoje (29/5) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde (MS), já são 1.119 casos confirmados, 357 suspeitos e 45 óbitos notificados entre indígenas nas áreas rurais e nas florestas, atingindo 34 etnias diferentes. Cerca de 81 mil indígenas de 230 territórios estão ameaçados pelo novo coronavírus, de acordo a Sesai e APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

No Brasil, há outra ameaça aos povos indígenas que se agrava durante a pandemia: a perda de suas terras e o avanço das invasões, agora passíveis de serem legalizados com a Medida Provisória (MP) 910. Também os povos isolados da floresta estão sob intenso assédio em serem contatados, o que os expõe gravemente.

A isto se soma o crescimento de 171% no desmatamento das florestas brasileiras em relação a abril de 2019. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, desde o início do ano, já foram retirados 1.073 km² de mata nativa. Quadro que põe em risco imediato o equilíbrio natural dos ecossistemas e os meios de vida dos povos originários - além de gerar efeitos a médio e a longo prazo que atingirão a todos.

Acompanhe o site do #CRPSP na pandemia: www.coronavirus.crpsp.org.br

#COVIDNaReal #FiqueEmCasa #Psicologia

#PraTodosVerem

Card vermelho traz ao fundo a imagem de uma mulher indígena segurando uma criança no colo, com o resumo da legenda escrito em branco. No cabeçalho superior direito está o logotipo do CRP SP e à esquerda, o do mote da gestão: “A Psicologia é para todo mundo. E se faz com Direito Humanos!”, inseridos sobre fundo amarelo claro. No rodapé está o site especial do CRP SP na pandemia.