#COVIDNaReal




A pandemia do novo coronavírus nos fez conviver mais de perto com o luto, a solidão, o medo, a ansiedade e a falta de estrutura adequada – na saúde; na educação; nas casas das pessoas; nas redes de apoio; num plano emergencial nacional.

Dia a dia fomos acompanhando os números da Covid-19, que se multiplicaram ao longo deste ano e transformaram dores e sofrimentos em estatísticas. Vimos os efeitos das desigualdades sociais expressos no aumento da concentração de renda, das pessoas em situação de rua, do desemprego, do trabalho precarizado, da fome.


Sentimos, enfim, a fragilidade humana em toda a sua complexidade.


Nesta última quinzena do ano – e mais uma vez – testemunhamos o disparo nos números de vítimas da Covid-19: mais de 7 milhões de brasileiras e brasileiros já contaminadas e contaminados.


Aproximadamente 184 mil mortes em um ano – quatro vezes mais óbitos que os casos de homicídio ocorridos no Brasil em 2019. Somente desta quarta-feira (16/12) para quinta-feira (17/12), foram 68.437 novos casos de pessoas infectadas.


Esta última quinzena de dezembro também é o momento em que, tradicionalmente, encontramos as pessoas com quem compartilhamos histórias e afetos, e celebramos as festas de final de ano.


Eis que nos deparamos com mais este desafio trazido pela pandemia: como evitar que as festas de final de ano, tão importantes e arraigadas na nossa cultura e nos nossos hábitos, se tornem gatilhos para a proliferação do vírus?


Primeiramente, temos que reconhecer que os protocolos contra a Covid-19 permanecem em nossas vidas e, mais do que nunca, devem ser cumpridos. Seguimos em um momento atípico que demandará adaptações. Exigirá de nós, mais uma vez, cuidados redobrados, resiliência e novas práticas.


Na hora de planejar as festas de final de ano, devemos considerar os riscos da exposição a que estaremos nos submetendo e envolvendo outras pessoas. Vale mesmo nos reunirmos nestas condições e da forma como sempre fizemos? Depois de tanto tempo de resguardo e com as UTIs e os hospitais lotados? Sem a certeza de que as pessoas que encontraremos conseguiram manter o isolamento? E de que nós próprios não estamos infectadas e infectados?


Mesmo a aplicação dos testes não é garantia de que o vírus não circulará.


Alternativas de encontro ajudam neste momento e promovem novas experiências. Ligar para os familiares, especialmente os mais idosos e grupos de risco, pode trazer acalento e ser uma forma de conexão. Assim como fazer visitas à distância, quem sabe deixando uma lembrança de final de ano na porta da casa das pessoas. Restringir os encontros presenciais ao menor número possível de pessoas é uma solução que respeita muito mais a vida.


E vale repetirmos o “mantra” lançado neste ano inteiro: use máscara, higienize as mãos seguidamente, evite tocar nas pessoas, mantenha o distanciamento social de dois metros e não participe de aglomerações. Ficar em casa neste Natal e Ano Novo e circular com responsabilidade e cuidado é um ato de amor com todas e todos.


Sabemos, contudo, que essas medidas são passíveis de serem praticadas apenas por uma parcela das brasileiras e dos brasileiros; que milhões de pessoas passarão as festas de final de ano aglomeradas e expostas em moradias e territórios que não garantem proteção. Sem acesso a saneamento básico, a água não contaminada, a atendimento de saúde ou a possibilidade de locomoção em casos de urgência médica.


Sabemos também que uma parcela significativa de pessoas estará trancafiada em instituições nesta virada de ano, apartadas de suas vontades subjetivas. Outras estarão solitárias, sem que esta tenha sido uma escolha própria.


Diante dessas realidades e entendendo que a pandemia não acaba com a mudança de ano, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo reforça o comprometimento da Psicologia com a valorização de todas as vidas.


Reafirma a necessidade de um pacto entre todas e todos – indivíduos, sociedade e poder público - para o enfrentamento dos novos desafios da pandemia, como a elaboração de um plano de vacinação baseado na Ciência, e para o enfrentamento aos efeitos desta crise na vida das pessoas.


#CovidNaReal #BoasFestas #FimDeAno #CRPSP #Psicologia #Pandemia #FiqueEmCasa #UseMascara #PsicologiaSeFazComDireitosHumanos #PsicologiaEPraTodoMundo


#PraTodosVerem: Card com fundo vermelho resume o texto da legenda em cor branca. Ao fundo, traz a imagem de uma tela de computador com pessoas conversando em uma vídeo chamada. No cabeçalho superior direito está o logotipo do CRP SP e à esquerda, o do mote da gestão: “A Psicologia é para todo mundo. E se faz com Direito Humanos!”, inseridos sobre fundo amarelo claro. No centro, além da imagem de fundo, a hashtag #CovidNaReal e o texto "O maior gesto de amor na pandemia é cuidar e proteger. Evite aglomerações nas festas de final de ano. Sempre que puder, não se exponha, nem exponha os outros ao contágio". No rodapé está o site especial do CRP SP na pandemia.