Data: 15 de outubro de 2021
Local: Transmissão via Youtube e Facebook
Horário: 09:00h às 17:00h

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Jornada Psicologia e Fome
Data: 15/10/2021 - Horário: 09h ás 17h

A Fome voltou a fazer parte da vida de brasileiras e brasileiros. E voltou com força, impondo a insegurança alimentar em seus diferentes níveis a mais da metade da população brasileira, incluindo crianças. A sua forma mais severa atinge cerca de dez por cento das pessoas no Brasil, incluindo crianças. Vale dizer, são vinte e dois milhões de pessoas que no dia de hoje passaram Fome no Brasil, incluindo crianças.Temos uma verdadeira máquina de produzir Fome no país. Não se trata de algum erro de condução que, involuntariamente, tenha causado algum malefício. O que vemos é uma política pública de ampliação da Fome, detalhadamente definida e implementada.

Entretanto, a Fome não conseguiu até recentemente se tornar pauta na sociedade brasileira. Ela foi invisibilizada. Foi tratada de forma fria como um assunto a mais em algum momento dos noticiários. Números, porcentagens, proporções, sempre como algo distante. Sempre como aceitável! No momento em que a Fome chegou aos noticiários, repetiu-se a forma mais comum de anestesiamento das percepções. Enorme quantidade de informação, sempre colocando os cidadãos na condição de espectadores. Uma mistura de diferentes tipos de problemas e, principalmente, ausência de indicadores de possíveis origens e possíveis modos de enfrentar essa dura realidade.

De fato, todos aceitamos a possibilidade de que alguém passe Fome na nossa cidade, no nosso bairro, na nossa rua. Inclusive crianças. A informação de que haja alguém passando Fome não tira o nosso sono. Vivemos imersos em um consenso de que a Fome seja admissível. Inclusive quando essa informação diz respeito a crianças passando Fome.

Dá para imaginar a quantidade de alienação necessária para que a Fome seja aceita dessa forma?

A "equação de Matraga" ajuda a compreender esse processo de constituição das subjetividades complacentes com a Fome. Mas, como podemos atuar para reduzir a força com que a nossa história nos empurra para consensos perversos que delimitam nossas percepções e ações?

Urge aprofundarmos o debate sobre as formas como a Psicologia olha para a Fome e sobre a forma como ciência e profissão podem ajudar a sociedade a declarar esse verdadeiro flagelo como algo inaceitável. Urge fazer com que a Fome ganhe espaço nas conversas, sua rejeição ganhe corações e que o combate a ela ganhe espaço nas ações dos cidadãos.

Objetivos da Jornada

Cavocar, provocar e construir espaços e formatos para colocar o tema da Fome na pauta da Psicologia e, se possível, na pauta da sociedade.

Estabelecer um coletivo de referência na Psicologia brasileira para a produção de novas iniciativas na direção de promover o debate dentro da comunidade profissional e de formação, assim como oferecer à sociedade subsídios para a constituição de um consenso de rejeição da Fome.

Produzir publicações sobre esse tema para uso por profissionais e estudantes de Psicologia.

Desenvolvimento da Jornada

Durante um dia, de hora em hora, alguém da Psicologia entra no ar para dizer por que considera que a fome é inaceitável do ponto de vista dessa profissão e dessa área de conhecimento, ou apresenta uma pesquisa, ou apresenta um relato de atuação profissional, ou apresenta um ensaio ou apresenta algum produto cultural com esse fim.

A Jornada consistirá em uma sequência de transmissões ao vivo e em rede, de organizações da Psicologia em diversas plataformas (YouTube, Facebook, Instagram e Twitter), acompanhada de tuitaços que chamem a atenção para ela.

Acompanhe a transmissão ao vivo no Facebook do Instituto Silvia Lane ou acesse pelo canal no Youtube

Parte 1 - 09h às 12h
https://www.youtube.com/watch?v=I248JB3u41U
Parte 2 - 13h às 17h
https://www.youtube.com/watch?v=OjzIVtgGWhc