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CRP SP defende o papel da Psicologia na segurança do trânsito


Publicado em: 21 de setembro de 2020

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o Sindicato das/os Psicólogas/os do Estado de São Paulo e a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego apresentam seus repúdios às palavras da senadora Kátia Abreu, de 18 de agosto de 2020, que atacam o real papel da Psicologia no Trânsito, como ciência e profissão. Acreditamos que tampouco represente a visão das/os profissionais que atuam tanto na área da Educação como na Segurança no Trânsito.

Quando a senadora diz “quanto mais se anda de bicicleta, melhor se anda; quanto mais você dirige, melhor você dirige” e ainda que “avaliação psicológica era outro cartel“, demonstra falta de conhecimento e de respeito com uma categoria que estuda Segurança, Educação e Psicologia do Trânsito. Ao dizer que as/os psicólogas/os possuem acordos implícitos e desonestos, a senadora ataca as/os profissionais que estudam sobre trânsito e mobilidade humana em programas de pós-graduação em Psicologia do Trânsito.

Diz, ainda, que é um sonho de todas/os neste País ter sua carteira de motorista e argumenta que não há necessidade de autoescola.

Da forma como a senadora se refere à atuação das/os psicólogas/os, ela banaliza uma avaliação que é utilizada há anos e ignora a importância de medidas que visam garantir a segurança no trânsito.  

Equivocadamente, ela sugere que se ignorem os esforços para conter a morte de aproximadamente 40 mil pessoas por ano. Ainda temos que considerar as consequências para a saúde e as perdas financeiras que atingem as pessoas, as famílias e ao País como um todo. 

A senadora, com suas palavras, demonstra pensar que dirigir um veículo automotivo com responsabilidade e ciente de consequências é um comportamento simples, que não requer educação, cuidado e consciência cívica.  

A avaliação psicológica segue padrões de atendimento para avaliar as/os condutoras/es em seus diferentes momentos de vida. 

A senadora desconhece que hoje temos o maior número de acidentes entre jovens de 18 a 25 anos. Será que essas/es jovens são mais impulsivos? Será que grande parte dessas/es jovens fazem uso de substâncias psicoativas sem se dar conta da responsabilidade do ato de dirigir? 

Engana-se a senadora que a Carteira Nacional de Habilitação seja uma obrigatoriedade ou um sonho a se realizar. A Carteira Nacional de Habilitação é uma conquista frente a condições ideais de comportamento que possam proteger a/o cidadã/ão e aos outros.

A saúde é sim um direito de todas/os e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de acidentes e de outros agravos em um ambiente público, como é o espaço do trânsito. 

A Psicologia repudia essa fala, pois sabe-se não só as/os psicólogas/os, mas as/os educadoras/es e também aquelas/es que trabalham diretamente com segurança no trânsito não concordam com uma posição simplista e limitada como esta.

Assim, o CRP SP, o SinPsi e a Abrapsit reafirmam suas solidariedades a todas/os que trabalham com a segurança no trânsito, psicólogas/os e demais profissionais. Repudia toda e qualquer forma de desvalorização ou ataque a essas importantes atividades, que garantem a saúde e a segurança de grande parcela da população brasileira.