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25 de setembro - Dia Nacional do Trânsito


Publicado em: 25 de setembro de 2020

Neste 25 de setembro, Dia Nacional do Trânsito, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo parabeniza a todas/os profissionais que atuam nesta tarefa de garantir a segurança no trânsito, desde psicólogas/os que trabalham com Psicologia do Trânsito, até as/os demais profissionais que também desempenham importantes funções de manutenção, fiscalização, entre outras.

O trânsito reflete as relações de poder e a capacidade de nos comportarmos socialmente. Neste sentido, a Psicologia do Trânsito surgiu de uma demanda para diminuir acidentes e com o objetivo de selecionar motoristas aptas/os a dirigir de forma segura. 

Como conciliar uma convivência, regulada por normas claras e objetivas, com a diversidade de necessidades das/os condutoras/es?  

Esse é um grande desafio para a ciência psicológica que se coloca a frente de uma demanda social, que prioriza o trabalho de avaliação psicológica compulsória e exige, cada vez mais, o desenvolvimento de recursos técnicos sofisticados. 

A Psicologia é capaz de avaliar as habilidades mínimas para dirigir um veículo? Sim

A ciência é capaz de predizer aquelas/es que possuem maior propensão em envolver-se em acidentes – devido a comportamentos impulsivos? Sim.  

É comum nos depararmos com severas críticas das/os usuárias/os do serviço de Psicologia sobre o trabalho da/o psicóloga/o especialista em trânsito, no que se refere principalmente à avaliação psicológica.  É importante questionarmos como uma profissão que tem como objetivo preservar a vida e a saúde da trabalhadora e do trabalhador pode ser pouco compreendida pelas/os suas/seus usuárias/os?

Trânsito e democracia

Dentre outros objetivos, a Psicologia do Trânsito trata de compreender os aspectos psicossociais da locomoção de pessoas; reconhecer e planejar intervenções no sofrimento psíquico causado pelo trânsito, tanto de quem se desloca de um local para outro, quanto quem trabalha em transporte; analisar e prevenir acidentes; planejar e promover políticas públicas de educação, saúde e segurança.  

Estamos vivendo um momento difícil no País, em que são propostas mudanças para restringir ainda mais o trabalho das/os psicólogas/os do trânsito; medidas governamentais que parecem querer afastar os cuidados psicológicos previstos para as/os usuárias/os do serviço de avaliação. 

O trânsito reflete as injustiças da nossa sociedade. A Psicologia é capaz de avaliar e intervir nas dificuldades apresentadas no contexto do trânsito, porém que política pública garante essa atividade?  Há o conhecimento, porém como atuar de forma justa e democrática?

Os resquícios de uma sociedade escravocrata e de mãos dadas com privilégios estão presentes também no trânsito, pois há um histórico de proteção as/aos mais fortes e descartamento das/dos mais frágeis, como as/os pedestres e ciclistas, que apontam nas estatísticas de mortes causadas por acidentes de trânsito.   

Este é um momento decisivo, que requer enfrentamentos e lutas por melhorias no trânsito, pela redução de mortes e injustiças. É necessário entender que a Psicologia do Trânsito está a serviço da/o usuária/o, com objetivo de garantir saúde e segurança. 

Assim, o CRP SP parabeniza todas/os as/os profissionais da Psicologia do Trânsito que lutam cotidianamente contra as dificuldades e sonham com a compreensão de que existimos para proteger a saúde e a vida de todas/os no trânsito.