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16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres


Publicado em: 25 de novembro de 2020

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma campanha anual e internacional que começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nesse sentido, tem-se o intuito de enfatizar a relação entre o fim da violência de gênero e os princípios fundamentais dos direitos humanos. 

No Brasil, a mobilização acontece desde 2003, associada também ao 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, pelo reconhecimento histórico, embasado pelas estatísticas, da maior opressão e discriminação contra as mulheres negras. 

No dia 25 de novembro de 1960, “Las Mariposas”, codinome utilizado em atividades clandestinas pelas irmãs Mirabal, foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana. Como justa homenagem, a partir do I Encontro Feminista da América Latina e Caribe em 1981, o aniversário da data passou a ser memorado como o Dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres. Fazendo coro às mobilizações de não violência, em julho de 2012, a Campanha UNA-SE da ONU proclamou todo dia 25 como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Em todo o mundo, uma em cada três mulheres e meninas é vítima de algum tipo de agressão. O feminicídio é a situação mais perversa de violência contra as mulheres, mas não é a única vivenciada pelo simples fato de ser mulher. 

Violências como o assédio, o estupro e a violação dos direitos sexuais e reprodutivos, dentre outras, impactam diariamente as vidas, os corpos, a subjetividade de mulheres cis, negras, brancas, trans, lésbicas, bissexuais, com deficiência, indígenas, gordas, crianças, adolescentes, adultas e idosas em seu modo de existir e resistir. Todas as formas de opressões, violações e violências devem ser combatidas.

Com propósito de dar visibilidade à questão e também  promover formas de enfrentamento, o CRP SP dialoga com a categoria e a sociedade nestes 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra todas as Mulheres visando uma participação ativa no processo de desconstrução das opressões e enfatiza que a Psicologia se faz em defesa de todas as mulheres. 

Programação

Nestes 2020 não podemos estar juntas presencialmente e nas ruas em função da Covid-19. Mas seguimos mobilizadas pelos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres ocupando os espaços e meios de que dispomos. Mais importante de tudo: sabendo que podemos contar uma com as outras nas construções coletivas de enfrentamento e resistência às violências de gênero.

Com este intuito, apresentamos a programação do CRP SP para esses 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Serão 16 Dias marcados pelo diálogo, pela troca e pela conscientização junto à categoria e à sociedade.

As atividades do CRP SP nestes 16 Dias de Ativismo acontecerão de forma remota. Serão intercaladas com a publicação de conteúdos especialmente criados para que se ecoe cada vez mais as mensagens de combate às violências contra as mulheres. 

Confira abaixo a programação deste ano e acompanhe as movimentações pelo site e redes sociais do CRP SP!

25/11 - Lançamento oficial dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

27/11 – Publicação de pesquisa documental do CEDOC (Centro de Documentação do CRP SP) sobre a temática, 9h.

30/11 – Compartilhamento do Guia Rápido - Direitos das Mulheres e Covid-19 Estado de São Paulo (NUDEM), 9h.

01/12 – “Tecendo redes, construindo resistências” - Roda de conversa do Núcleo Sexualidades e Gêneros da Subsede Assis, das 19h às 21h, pelo Zoom

02/12 – Transmissão da Live “A psicologia frente as Violências de Gênero - 

Conhecendo a Resolução Nº 08/2020”, às 10h, pelo Facebook e YouTube do CRP SP.

03/12 – “Minha máscara não me cala: a luta contra violência à mulher!” - Roda de Conversa da Subsede de Ribeirão Preto, às 19h, pelo Zoom.

07/12 – “30 Anos da Contribuição Audiovisual para a Luta Contra a Violência de Gênero” - Cine-Debate da Subsede de Alto do Tietê, pelo Zoom, das 17h às 19h.

09/12 - Lançamento do Caderno de Orientações sobre a Atuação de psicólogas/os com Mulheres/Mães e suas/seus filhas/os em situação de Vulnerabilidades Diversas com transmissão de live sobre o tema às 17h via página do Facebook do CRP SP e canal do YouTube do CRP-MG.

“Procedimentos e Enfrentamentos para o atendimento às mulheres vítimas de violências", Roda de conversa da Subsede de São José do Rio Preto com participação dos Coletivos Feministas e do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, às 19h, pelo Zoom.

10/12 – Dia Internacional dos Direitos Humanos com publicação do vídeo manifesto do CRP SP pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Retratos CRP SP:

Nos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o CRP SP ouviu e retratou mulheres que, corajosamente, olharam para a câmera e abriram as suas histórias. 

Elânia, Bruna, Amelinha, Fernanda, Vanuza e Rute são como todas nós, mulheres com trajetórias e subjetividades próprias e com um eixo em comum: são mulheres, e isso diz muito em nossa sociedade. 

Para que essas constituições de ser “mulher” signifiquem cada vez mais pluralidade, dignidade, respeito, potencialidades e igualdade de oportunidades e direitos, é que estivemos juntas e juntos nesses 16 Dias. Debatendo e encarando de frente um tema longe de ser “agradável”, ou fácil e que, por vezes, ativa lembranças e sofrimentos. 

Na escuta e em nossos cotidianos, como profissionais da Psicologia, testemunhamos as muitas violências que recaem sobre as mulheres. Assim como também somos nós, psicólogas mulheres, mães, avós, sem filhas e filhos, jovens, idosas, gordas, magras, com deficiência, brancas, negras, cis, trans, héteras, lésbicas, bissexuais etc; também sujeitas às muitas violências e impedimentos pelo fato de estarmos localizadas no que, durante muito tempo, foi considerado o “segundo sexo”.

É compromisso ético falar sobre as violências de gênero e assumi-las por o que realmente são: um fator estruturante de nossa cultura, que molda e atravessa a todas e todos nós. Precisamos estar atentas e fortalecer as redes de apoio, as políticas públicas e o entendimento da sociedade sobre estas questões.

Agradecemos a disposição e a generosidade de todas e todos que estiverem conosco nestes 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Convidamos a recapitular, em nossas redes sociais e site, os relatos de Elânia, Bruna, Fernanda, Rute, Amelinha e Vanuza, personagens retratadas em nossa série que, assim como todas as mulheres, têm muito a relatar.
As lutas continuam. A Psicologia se faz em defesa de todas as  mulheres.

#PraTodosVerem: nesta publicação, além do texto há um card em tons de laranja e a textura de um tecido levemente amassado. No lado esquerdo, a imagem de uma mulher, com cabelo cacheado preso e usando brincos de argolas. No lado direito, pinceladas laranja que se assemelham as folhas de árvores.