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29 Janeiro – Dia Nacional da Visibilidade Transsexual


Publicado em: 29 de janeiro de 2024
Fotos: Janine Moraes/PMC

29 Janeiro – Dia Nacional da Visibilidade Transsexual
 

Em um contexto marcado por lutas pelos direitos das pessoas transexuais, o 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Transsexual, emerge como um símbolo de resistência e visibilidade. 
 
O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP SP), em sua função de orientar a atuação profissional de psicólogas e psicólogos, reitera e estimula, cotidianamente, uma reflexão profunda sobre o papel da Psicologia na construção de uma prática não transfóbica alinhada ao Código de Ética da profissão, às resoluções do Sistema Conselhos de Psicologia, à legislação brasileira e ao compromisso universal com os Direitos Humanos.

A trajetória histórica revela a exclusão social imposta diariamente às pessoas trans e travestis, gerando adoecimentos psíquicos decorrentes dessa marginalização, além de tantas outras mazelas sociais que não podemos dissociar. 

Como profissionais da Psicologia, é imperativo questionarmos como podemos transcender a abordagem naturalizada e ter a responsabilidade e ciência de oferecer suporte integral às vivências dessas pessoas em meio à transição de gênero.

O Processo Transexualizador, implementado pelo SUS em 2008, representa um avanço no cuidado à população trans, proporcionando acompanhamento multidisciplinar. Contudo, a Psicologia é desafiada a ir além da burocracia, tornando-se uma aliada ativa no suporte emocional, no entendimento sensível das experiências e na promoção de ambientes acolhedores, considerando instituições, equipes e aparelhos.

Os questionamentos emergem:
Como a profissional e o profissional de Psicologia podem contribuir para que o processo transexualizador seja não apenas um procedimento, mas um processo existencial de autoconhecimento e aceitação versus todos os desafios que a sociedade corriqueiramente impõe? 

Como podemos fortalecer, enquanto categoria,  a voz dessas pessoas, garantindo que a Psicologia seja um agente de transformação nas esferas sociais, não apenas durante os atendimentos. Qual é o nosso papel nessas transformações sociais?

Ao abordar o acesso à Saúde, ressalta-se a importância do respeito ao nome social e da dignidade nos processos judiciais e de saúde. Por mais basal que pareça, essa infração ainda é causa de muitas situações de desrespeito à subjetividade e à identidade da população trans e travesti. 

Respeitam-se  apelidos, estrangeirismos, mas as violências ocorrem em não querer “aceitar” a diversidade como ela se entende a partir de como se constitui. 

Como a Psicologia, enquanto ciência e profissão, pode influenciar positivamente esses aspectos, assegurando que a identidade de gênero seja respeitada em todos os âmbitos? 

Como podemos transformar e agenciar os instrumentos psicológicos de forma não discriminatória, mas com compreensão e empatia?

Assim, o CRP SP reafirma seu compromisso com os Direitos Humanos e compartilha materiais orientativos, como o “Documento de Orientação CRP 06 n.º 002/2019” e a “Resolução CFP n.º 01/2018”. 

A Psicologia, ao se construir com a defesa intransigente dos Direitos Humanos, assume não apenas um papel científico, mas um compromisso ético e humano. A tarefa é implicar, de maneira efetiva, os princípios éticos, legais e humanitários na prática diária, promovendo não apenas o entendimento, mas a verdadeira acolhida, tão comum de nossa atuação e nesta compreensão das vivências e peculiaridades, atender com qualidade e atenção às pessoas trans e travestis e suas demandas.
 
Diferenças que constroem, compromisso social e ético da Psicologia!

 

#ParaTodosVerem
Card quadrado, imagem de um casal sorrindo frente a frente. Na imagem, duas pessoas estão com a bandeira da visibilidade transsexual enrolada ao corpo. Na lateral esquerda, ícone de um calendário em branco. Letreiro: “29 de janeiro. Dia nacional da visibilidade trans”. No rodapé, logo do CRP SP. (fim da descrição)


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direitos humanos