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Atuação de psicólogos (as) em questões da terra foi discutida em debate online do CFP; publicação já está disponível


Publicado em: 2 de setembro de 2013
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Atuação de psicólogos (as) em questões da terra foi discutida em debate online do CFP; publicação já está disponível Pensar nas vulnerabilidades das populações ligadas às questões da terra foi um dos desafios lançados aos (às) psicólogos(as) durante o debate online realizado em 29 de agosto, que lançou o Documento de Referências Técnicas para Atuação dos (as) Psicólogos (as) relativas às Questões da Terra, produzida pelo Centro de Referências em Psicologia e Políticas Públicas do Conselho Federal de Psicologia (CREPOP/CFP). Um dos debatedores, o coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, Pedro Paulo Bicalho, lembrou que as questões da terra são indissociáveis dos direitos humanos. É importante refletir que não matamos apenas quando retiramos a vida, mas fundamentalmente quando retiramos dessas populações a possibilidade de existirem em sua relação com a terra, afirmou. Para ele, a subjetividade da população é atravessada por questões da terra e passa pela segregação, culpabilização e infantilização destes povos. Ao infantilizarmos estas populações, retiramos delas algo que para nós é um princípio fundamental contido nos Sistemas Únicos de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social ( SUAS) , que é o respeito à participação e ao respeito do (a) usuário (a) na construção de políticas públicas, afirmou. O professor do Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural da Universidade de Brasília (UnB), Sérgio Sauer, também ressaltou a importância de entender a dimensão da subjetividade e da saúde mental em sua relação com a terra e o território. Devemos pensar a terra e as relações dessas pessoas com ela não só como meio de produção, mas enquanto um lugar. Mais do que o poder, a terra garante o direito de ser e de existir. O campo como um local onde pessoas vivem e constroem diferentes culturas que devem ser preservadas foi ainda destacada pela professora de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Leonilde Medeiros. E trata-se de um campesinato que não quer voltar ao passado, mas sim recuperar a tradição de forma atualizada e conjugada com a modernidade, complementou. A importância da publicação sobre o tema, para o professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Jáder Ferreira Leite, pode trazer uma grande contribuição à medida que possibilita aos (às) psicólogos (as) reflexões a segmentos da sociedade que até então não eram contemplados pela Psicologia. Ao nos inserirmos neste espaço de discussão tão complexo que é o mundo rural brasileiro, é inevitável a reflexão sobre os processos históricos, políticos e econômicos que se deram no nosso país, para que possamos ter uma atuação mais qualificada e desvelar a subjetividade da grande trama de atores que vive no meio rural, pensa. A conselheira Roseli Goffman que mediu o debate, destacou algumas das ações sobre o tema em que a Psicologia já está envolvida, entre elas a defesa da Aldeia Maracanã, no Rio de Janeiro, e do povo Guarani-Kaiowá, além da Campanha Somos 1 milhão pela Demarcação das Terras Indígenas, que ainda está recebendo assinaturas (saiba como participar). A publicação, lançada durante o debate, já está disponível no site do CFP e o vídeo será divulgado em breve.