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Debate online marca o lançamento de consulta pública do CREPOP sobre o tema


Publicado em: 31 de outubro de 2013
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Debate online marca o lançamento de consulta pública do CREPOP sobre o tema O CREPOP (Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas) lançou, em 16 de outubro, o Documento de Referências Técnicas para Atuação de Psicólogos(as) em Políticas Públicas sobre Álcool e Outras Drogas. A consulta pública do material receberá contribuições durante 30 dias e pode ser acessado no site do CREPOP. Para marcar este lançamento, o CFP promoveu um debate online sobre o assunto, que contou com a participação de especialistas da comissão responsável pela elaboração do documento: o psicólogo e representante do CFP no Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), Marcus Vinícius de Oliveira, e a psicóloga e doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, Isabela Saraiva Queiroz. Para os(as) palestrantes, o problema das drogas no Brasil, especialmente o uso do crack, precisa de soluções que vão além do tratamento, como o acesso à informação, promoção da cidadania, bem como ações de educação e cultura - instrumentos capazes de alterar o comportamento de risco. Dados da Fiocruz divulgados este mês apontam que, no Brasil, existem aproximadamente 350 mil usuários(as) de crack. Com base nesse cenário, Marcus Vinícius de Oliveira afirmou que o papel do(a) psicólogo (a), que deverá ser evidenciado no documento que está em consulta pública, é delimitar uma posição de uma política mais realista em relação ao tema das drogas. Devemos oferecer às equipes multiprofissionais a possibilidade de atuação com dependentes e usuários(as) de uma forma mais justa, tomando a construção da relação com o sujeito como recurso principal para produzir interferências nas dinâmicas da sua existência, sinalizou. Oliveira ressaltou que a contribuição das referências técnicas está sendo construída de maneira democrática, com participação da categoria, e são fundamentais na melhoria da qualidade do acolhimento aos(às) usuários(as) e dependentes químicos. São muitos aspectos que devem orientar a prática de cuidados, com tecnologias leves que levem em conta os múltiplos fatores que o tratamento deve ser oferecido. Não temos que tratar a desigualdade com aspectos meramente clínicos, argumentou. Já Isabela Saraiva alertou para a generalização do uso de drogas, que é sempre associada ao vício, sem levar em conta o enfrentamento da situação enxergando cada caso. Para ela, as referências técnicas irão implementar esse panorama com subsídios para que o(a) psicólogo(a) possa atuar e criar os meios de ação para um campo que vive em tensão moral. As pessoas tendem a associar o uso de drogas à dependência, sendo que existe um percurso que envolve uma complexidade enorme, como a questão de gênero, racial, socioeconômico e devemos estar atentos que a assunto é relacionado à estrutura social, não só à Psicologia, disse a psicóloga. Isabela Saraiva considera que o melhor tratamento para dependentes químicos existente no Brasil é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD), consultórios de rua, unidades de acolhimento, rede de cuidados em saúde e ações intersetoriais. Para auxiliar a categoria na compreensão desta consulta pública, o CRP SP irá promover, em 13 de novembro, uma atividade que irá discutir o documento. Em breve, mais detalhes sobre o evento.