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Congresso da ULAPSI promoveu intercâmbio acadêmico, científico e cultural com a participação de profissionais latino-americanos


Publicado em: 1 de agosto de 2016
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Nos dias 08, 09, 10 e 11 de junho de 2016, foi realizado, na cidade de Buenos Aires, o VI Congresso da ULAPSI (União Latino-americana de Entidades de Psicologia) que teve como convocatória o título "Diálogos e trocas da Psicologia na América Latina. Construção coletiva para a promoção dos direitos e bem-estar", e teve como sede a Faculdade de Psicologia e Psicopedagogia da Universidad del Salvador.   Foi a sexta edição deste Congresso da ULAPSI e a primeira vez que se realiza na Argentina.   Foram 04 dias de intercâmbio acadêmico, científico e cultural com a participação de profissionais da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Peru, Porto Rico, Paraguai, Uruguai e Venezuela.   A abertura e encerramento foram realizados na Facultad de Ciencias Económicas da UBA e este, foi um Congresso realizado In Memoriam à Marcus Vinicius de Oliveira Silva, psicólogo brasileiro assassinado em fevereiro passado, de forte participação política e social por uma psicologia com compromisso pelos direitos humanos.   Na atividade de abertura se abordou a análise e as perspectivas da realidade da América Latina hoje, e contou com a palavra de Ana Bock psicóloga do Brasil, ex-presidente do Conselho Federal de Psicologia do Brasil e ex-Secretária Geral da ULAPSI; Atilio Boron, reconhecido cientista político e sociólogo argentino, doutor em Ciências Políticas, e Edgar Barrero Cuellar, psicólogo da Colômbia e atual secretário geral da ULAPSI. Nestas apresentações, os palestrantes deixaram claro o contexto de tensão na América Latina com o avanço das políticas neoliberais e as contribuições que os psicólogos podem fazer para fortalecer o horizonte ético-político da psicologia na América Latina.   A participação musical do Ballet Folclórico Raíces Americanas da província de Santiago del Estero, deu um colorido e o ânimo com a música popular argentina e latino-americana, que deu início ao brinde de abertura.   O programa científico com 03 conferências, 42 simpósios, 94 mesas de exposição de trabalhos, 23 oficinas, 04 rodas de conversa, 25 mesas de debate internacional, 21 apresentações de livros, 24 cartazes, e os encontros e reuniões de formadores de psicólogos, grupos de trabalho da Ulapsi e de Editores de Revistas Psi da América Latina, foram o conteúdo principal do VI Congresso, cuja cerimônia de encerramento refletiu claramente as diferentes realidades e complexidades do exercício profissional da psicologia na América Latina, dando início ao trabalho que deve ser feito pela ULAPSI.   Os eixos principais que giraram as variadas apresentações foram: paradigmas epistemológicos e metodológicos da psicologia na América Latina, os direitos humanos e o compromisso da psicologia, interdisciplinar e Inter setorial, formação profissional, migrações e os povos indígenas e intervenção profissional nas questões das violências.   Se destacaram as contribuições das conferências centrais, uma delas do filósofo Dr. Charles Cullen, discursando sobre a subjetividade e interpelação ética na construção coletiva para os direitos do bem estar e o papel e função da educação para alcançá-lo; Alejandro Vainer por sua vez, deu a leitura psicanalítica dos serviços de saúde mental no contexto político atual da América Latina. As rodas de conversa acrescentaram a possibilidade de diálogo direto com os expositores sobre questões importantes, como por exemplo: drogas.   Não menos emotivas e relevantes, foram as homenagens à Elida Tuana, psicóloga pioneira do Uruguai, falecida recentemente, à Berta Cáceres, líder comunitária assassinada em Honduras, e a homenagem à Marcus Vinicius. A presença da palavra e obra de Ignacio Martín-Baró foi uma sentida e contundente homenagem no encerramento do Congreso, para marcar o caminho para uma psicologia latino-americana.   O encerramento musical foi realizado por Los Poetas de Nadie, como uma representação da identidade cultural e musical dos bairros de Buenos Aires.