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Psicologia latino-americana em luta pela democracia, contra golpes de Estado e em defesa das riquezas e direitos dos nossos povos


Publicado em: 20 de setembro de 2016
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Setembro 2016   Em meio à indignação com a ocorrência de mais um golpe de Estado na América Latina, neste momento no Brasil, a União de Entidades Latino-americanas de Psicologia vem a público repudiar o ocorrido e alertar que este não é um fato isolado no contexto da América Latina. Sabemos que se trata de uma investida do capital internacional que, sediado nos Estados Unidos, conta com a colaboração daquele governo para buscar reconduzir nossos países à condição de colônias submetidas aos seus interesses.   Como já debatemos nos Congressos da ULAPSI, em outros momentos, o esforço estadunidense, com o apoio das elites locais, resultou em uma onda de ditaduras que foi seguida por uma onda de governos neoliberais. Neste momento, a nova tática consiste em promover golpes de Estado baseados na manipulação do aparato jurídico-legal, com amplo apoio da midia, em diferentes países.   Quando o assédio da mídia nacional e internacional não são suficientes para desmoralizar e derrubar, por via eleitoral, os projetos de interesse popular, a intervenção recolonizadora passa a focar diretamente na indução de golpes de Estado. Hoje ocorre no Brasil, ontem ocorreu no Paraguai e antes de ontem em Honduras. Isso, além das tentativas que foram na mesma direção em outros países como Bolívia, Equador e Venezuela.   As políticas públicas voltadas ao enfrentamento das desigualdades sociais são reduzidas ou aniquiladas. Exatamente nos espaços onde a Psicologia consegue oferecer serviços à maioria da população é que os governos golpistas concentram seu potencial destruidor.   O uso da intimidação e geração de medo na sociedade (aí incluídos assédio moral e físico) primou como armas fundamentais para atacar os cidadãos que defendem a democracia e os interesses populares. Tal tem sido também a situação vivida no Brasil neste momento, quando os governantes comprometidos com o golpe, de forma covarde utilizam as policias para agredir e deter arbitrariamente os manifestantes e opositores.   Importa alertar que agora, como antes, o interesse segue sendo o da apropriação e controle sobre as riquezas naturais, sobre a garantia dos fluxos comerciais e a negação de direitos trabalhistas dos cidadãos dos países latino-americanos. Por exemplo, o Pré-sal e a Petrobras, verdadeiros tesouros nacionais com capacidade de estabelecer condições de soberania para o Brasil e alavancar melhoria para os países da região, está sendo vendido a preços aviltantes.   Diante disso nos sentimos obrigados a fazer este alerta e conclamação a profissionais, pesquisadores e estudantes de Psicologia da América Latina a que se disponham a enfrentar cotidianamente esse projeto de submissão de nossos interesses aos desígnios dos ricos e poderosos.   Por fim, queremos reafirmar como nossas as consignas dos movimentos sociais brasileiros: nenhum direito a menos! Nenhuma entrega de riquezas nacionais! Nenhuma tolerância com a manipulação de nossas leis para o combate aos interesses populares! Nenhuma complacência com o assédio moral imposto pelos meios de comunicação!   CONSELHO DELIBERATIVO ULAPSI Exercício 2016-2018   Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Costa Rica Cuba Equador El Salvador Guatemala Honduras México Paraguai Peru Porto Rico Uruguai Venezuela