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25 de Julho - Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha


Publicado em: 25 de julho de 2018
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

src=/ckfinder/userfiles/images/NRR_DiaIntMulherNegraLatinoAmericanaCaribenha_Capa.png   Entre os dia 23 e 27 de julho de 2018, o Conselho Regional de Psicologia do Estado São Paulo, em comemoração ao dia 25 de julho, realiza Campanha de Visibilidade de Psicólogas e Estudantes de Psicologia Negras. A escolha da data faz alusão ao I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, ocorrido em 1992, e seu objetivo é dar visibilidade e reconhecimento à presença e a luta das mulheres negras nesse continente. No Brasil, foi oficialmente reconhecida com a Lei nº 12.987, de 2 de junho de 2014, instituindo o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra “Rainha Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, que viveu na região do Vale do Guaporé, localizada na primeira capital de Mato Grosso após o assassinato de seu marido, José Piolho, por soldados. A Rainha Tereza, além de comandar a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, liderou o Quilombo de Quariterê com mais de 100 pessoas negras e indígenas, que resistiram à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770.   Neste ano também se completa 130 de abolição da escravatura. Contudo, a realidade material da população negra, mais da metade da população brasileira segundo o IBGE, pouco avançou, como esse Conselho afirmou no Seminário Estadual de Violências Estruturais deste ano, o qual teve como tema “Aboliram a escravidão, não a condição”, título com os dizeres da jornalista negra Esmeralda Ribeiro. Quando se trata de mulheres negras, essas amargam as piores condições, pois soma-se ao racismo o machismo, ambos causadores de sofrimento.    Considerando que a sociedade oferece tratamento desigual às mulheres, sobretudo negras, o que repercute em aspectos fundamentais da identidade e das relações sociais, cabe às(aos) psicólogas(os) não serem racistas, coniventes ou omissas(os), atuando “segundo os princípios éticos da profissão contribuindo com o seu conhecimento para uma reflexão sobre o preconceito e para a eliminação do racismo”, como prevê o Art. 1° da Resolução 018/2002 e o documento “Relações Raciais: Referências Técnicas para a Prática da(o) Psicóloga(o)”, lançado em 2017 pelo CFP.     Essa campanha é uma homenagem não somente às psicólogas e estudantes de Psicologia negras, mas a todas as mulheres negras que fazem de suas existências resistência. Em especial à Marielle Franco, vereadora; Cláudia Silva Ferreira, auxiliar de limpeza; e Luana Barbosa dos Reis, vendedora. Três mulheres negras que, assim como tantas outras, tiveram suas vidas interrompidas brutalmente, mobilizando setores da sociedade por justiça e igualdade de oportunidades.    Para além do silenciamento, da invisibilidade, das opressões e violências, a mulher negra segue. Segue caminhando, acolhendo, lutando, resistindo.   Presença potente, pensar na representação da mulher negra é pensar ressignificações e movimentos. Parafraseando Angela Davis, “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.   Agradecemos às envolvidas na construção da campanha deste ano: Débora Nascimento Santos; Juliana Vicente de Freitas; Maria Célia Malaquias; Aline Pereira Cardoso; Fabiana Villas Boas; Rosimeire Ferreira; Beatriz Melo; Cássia Said; Lilian Regina; Raquel Pinheiro; Thaily; Manoela de Oliveira Pedreira; Letícia da Silva Moura; e Márcia Santos Miranda.