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Manifestação: Psicologia é para todo mundo e se faz com direitos humanos
Publicado em: 3 de junho de 2020
O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, CRP SP, coloca em debate as implicações das manifestações antidemocráticas, da violência de Estado e do racismo estrutural, em crescente escalada, na sociedade brasileira, sobretudo às sucedidas na última semana.
Vivemos um momento histórico de grave crise social, de contornos políticos, econômicos, institucionais e também sanitários, que se desdobra no cotidiano das brasileiras e brasileiros sob a forma de uma política violadora dos direitos humanos. Grande parte da população do nosso país é privada de renda básica, acesso amplo ao sistema de saúde, segurança e proteção social e é vítima de ações genocidas perpetradas pelo próprio Estado.
Considerando a Psicologia como ciência e profissão, pautada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, torna-se urgente nos posicionarmos diante de todas as manifestações caracterizadas por discursos de ódio, fascistas, racistas, classistas, capacitistas, machistas e LBGTfóbicos, que ameaçam a vida e a democracia em nosso país.
Uma prática técnica, ética e científica que deve contribuir para a eliminação de qualquer forma de violência e discriminação, é completamente oposta aos ideais de caráter fascista, autoritários, que pregam a superioridade de um grupo sobre os demais, de eliminação do outro, tanto no seu aspecto físico, como psicológico.
Sendo assim, a prática psicológica baseada nos Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o, que apontam para um trabalho baseado na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, só poderá ser exercida em uma sociedade democrática, justa e igualitária, na qual seja possível a constituição de relações alicerçadas pelo respeito à dignidade humana.
A atuação profissional de psicólogas/os para o cumprimento do Código de Ética Profissional exige análise crítica e responsabilidade social, para tanto, uma prática antirracista é sinônimo de uma prática ética, evidenciamos, para tanto, a Resolução CFP 18/02, que resolve sobre a atuação:
Art. 1º - As/os psicólogas/os atuarão segundo os princípios éticos da profissão contribuindo com o seu conhecimento para uma reflexão sobre o preconceito e para a eliminação do racismo.
Art. 2º - As/os psicólogas/os não exercerão qualquer ação que favoreça a discriminação ou preconceito de raça ou etnia.
Art. 3º - As/os psicólogas/os, no exercício profissional, não serão coniventes e nem se omitirão perante o crime do racismo.
Art. 4º - As/os psicólogas/os não se utilizarão de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação racial.
Art. 5º - As/os psicólogas/os não colaborarão com eventos ou serviços que sejam de natureza discriminatória ou contribuam para o desenvolvimento de culturas institucionais discriminatórias.
Art. 6º - As/os psicólogas/os não se pronunciarão nem participarão de pronunciamentos públicos nos meios de comunicação de massa de modo a reforçar o preconceito racial.
A Psicologia é para todo mundo e se faz com direitos humanos!
