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CRP SP lamenta morte do psicólogo Luiz Celso Manço


Publicado em: 21 de junho de 2020

É com tristeza que o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP SP) informa o falecimento do psicólogo Luiz Celso Manço, ex-conselheiro dessa entidade e do Conselho Federal de Psicologia (CFP), nos anos 1980.

Formado pela USP Ribeirão, em 1971, ano em que chegou a Santos, Celso teve participação decisiva na formação de milhares de profissionais da região.

Em 1972, participou da fundação do Centro de Ciências do Comportamento de Santos e da criação do primeiro curso de Psicologia da região, na Universidade Católica de Santos (Unisantos), onde lecionou até 2014, tornando-se professor emérito. Sua atuação, a partir daí, pautou-se cada vez mais pela necessidade de uma psicologia crítica e voltada para a defesa de Direitos Humanos.

Atuou intensamente na transformação do currículo do curso de Psicologia, adaptando-o à realidade local e à necessária luta pela democracia. Situações em que comprou briga até mesmo com o Ministério da Educação (MEC), em plena ditadura militar, como conta em seu livro Psicologia: um pouco de história, memórias e reflexões -Vivências de um psicólogo em Santos (1. Ed. – São Paulo: Scortecci, 2019).

Sua capacidade de mobilização era admirável. Fez parte de inúmeros movimentos de resistência às tentativas de se retirar a autonomia profissional de psicólogas e psicólogos, nos anos 1970 e 1980, e militou no movimento antimanicomial que resultou na intervenção do Hospital Anchieta, em 1989, em Santos.

Sua atuação política em defesa da profissão somada à filiação ao Partido Comunista Brasileiro incomodou a ditadura militar instalada no Brasil, à época. Foi preso político, tendo sofrido tortura. Décadas mais tarde, recebeu o pedido de perdão do Estado Brasileiro pelas arbitrariedades da ditadura. Aposentado, Celso dedicava-se a registrar suas memórias de quase cinco décadas de Psicologia na região.

A alegria de sua presença em nossas vidas e na história da profissão nos ajudará a superar a tristeza pela sua partida. Por isso, agradecemos o legado revolucionário de luta e sabedoria deixado pelo eterno mestre e amigo.

 

 

 

 


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