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Psicólogas e psicólogos contra o genocídio estrutural da população preta e a violência de Estado


Publicado em: 7 de maio de 2021

Ontem (6 de maio de 2021) 25 pessoas foram mortas na maior chacina do Rio de Janeiro, na Favela do Jacarezinho. De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao menos 13 dos mortos não tinham qualquer relação com a investigação que motivou a operação - este número pode ser ainda maior, já que oito corpos não foram identificados até o momento. Entre as vítimas estava um policial civil. A ação também feriu passageiras/os que estavam no metrô perto do local

Vidas perdidas para a falida guerra às drogas, um dos principais instrumentos de repressão do Estado contra, principalmente, a população negra e periférica.

A violência policial, como violência de Estado, expressa a seletividade social e racista de nossa sociedade e produz o aniquilamento da existência, a humilhação social, a ruptura de laços comunitários e o sofrimento ético-político da população negra. Essa afirmação é confirmada por um levantamento realizado pelo portal G1, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que aponta que 78% das pessoas mortas pelas polícias militar e civil em 2020, no Brasil, eram pretas ou pardas. 

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo repudia essa atrocidade, que tragicamente comprova a existência do genocídio da população negra no Brasil. Como psicólogas/os, temos o dever de contestar e enfrentar as formas de violência e opressão, ecoando nossos princípios éticos, colocando a ciência-profissão lado a lado às populações ameaçadas pelas formas de extermínio. 

Já basta de mortes! Pelo fim do genocídio!

#PraTodosVerem: nesta publicação há um card de fundo preto com a ilustração de marcas de tiros.