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Oficina “No Lugar Dela” percorre subsedes e propõe reflexão sobre violência contra mulheres


Publicado em: 23 de setembro de 2022

Realizadas pelo GT Mulheres da Comissão de Direitos Humanos e Políticas Públicas (CDHPP) do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, as oficinas "No Lugar Dela" propõem reflexões sobre violência doméstica e de gênero a trabalhadoras/es e colaboradoras/es do CRP SP. O objetivo é sensibilizar e oferecer uma perspectiva crítica, tanto da atuação profissional quanto das vivências cotidianas, às equipes do Conselho, analisando o impacto das opressões interseccionais entre gênero, raça, classe, origem e sexualidade e refletindo sobre as dificuldades vividas pelas mulheres diariamente.

As oficinas fazem parte da campanha "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres", sob o mote "Não vamos sucumbir!", e foram realizadas nas subsedes do Conselho. As psicólogas conselheiras do CRP SP Emanoela Priscila Toledo Arruda (CRP 06/107551) e Sarah Faria Abrão Teixeira (CRP 06/132287), integrantes do GT Mulheres, explicam que a ideia das oficinas surgiu na edição de 2020 da campanha dos 21 Dias de Ativismo, pensada a partir do compromisso de trazer a temática para dentro do próprio Conselho como uma forma cuidadosa de se abordar o tema entres gestoras/es, trabalhadoras/es e colaboradoras/es do CRP SP. 

Após vários encontros e trocas com instituições e pessoas parceiras, como o Nudem (Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da USP), ativistas e trabalhadoras da rede de atenção e cuidado às mulheres, a oficina-jogo “No Lugar Dela” foi selecionada como a ação para atender, de maneira ampla e responsável, às formações com as equipes nos diferentes territórios do estado de São Paulo. O jogo foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa e Intervenção em Violência e Gênero nas Práticas de Saúde do Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da USP. 

As atividades foram ministradas pela oficineiras Clarice Lopes Araújo, psicóloga clínica (CRP 06/117821), Isabelle Carvalho Esteves, advogada, Rosilene Pimentel Gomes, mestra em Política Social e Letícia Ueda Vella, especialista em Direitos Humanos.

Na atividade, histórias fictícias de oito mulheres – Margarida, Rosa, Antônia, Carmen, Gabriela, Júlia, Carina e Maria – são apresentadas às/aos participantes por meio de cartas que representam espaços como escola, abrigo, trabalho, migração, Conselho Tutelar, congregação religiosa, centro de referência, grupo de apoio, Delegacia de Defesa da Mulher, Polícia Militar e funerária. Há ainda menção a situações tais como “tempo para pensar”, “perdoa e esquece” e “saída do lar”. As personagens e seus contextos tiveram inspirações em fragmentos de histórias vivenciadas e compiladas ao longo de 15 anos no contexto do grupo Conflitos Familiares Difíceis (CONFAD) do Centro de Saúde Escola do Butantã.

Confira o material do jogo aqui.

A psicóloga conselheira e coordenadora de CDHPP Maria da Glória Calado (CRP 04/33194) conta que, durante a oficina, as/os participantes refletem sobre as dificuldades de sair de situações de violência, como também se torna evidente a relevância do trabalho multidisciplinar e interinstitucional no combate ao problema estrutural da violência contra a mulher. “Ao longo da dinâmica do jogo, os desafios ligados aos mecanismos de defesa dos Direitos Humanos, responsabilização de agressores e proteção efetiva para vítimas são explicitados. No momento da roda de conversa, as escolhas e caminhos apontados pelo jogo são refletidos e problematizados a fim de se trazerem paralelos com a vivência profissional das participantes”, contextualiza.

Durante a realização da oficina na Subsede Metropolitana, na cidade de São Paulo, o psicólogo e coordenador da Comissão Gestora Metropolitana do CRP SP Luiz Fernando Rodrigues Novais (CRP 06/165953), que participou da atividade, comentou sobre a importância da iniciativa. Segundo ele, tratar do tema da violência de gênero é fundamental “para fortalecer a formação de trabalhadoras/es para que elas/eles rompam com este ciclo também de maneira institucionalizada”.

Para a estagiária da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) do CRP SP Graziela Vieira Alves, a experiência foi enriquecedora, uma vez que possibilitou a abrangência de repertório sobre a questão. “[A oficina] traz informações muito ricas para que as pessoas consigam sair deste ciclo de violência e que este assunto não seja naturalizado, posto como algo comum”, pontua.

Acompanhe registros das oficinas aqui.

#PraTodosVerem: Nove fotos retratam as atividades da oficina "No Lugar Dela" em diferentes subsedes do CRP SP. Em todas as imagens, pessoas, diversas em termos de gênero, raça e idade, participam da atividade. Algumas fotos registram as/os participantes de pé, e em outras, sentadas/os, acompanhando as falas. Há ainda imagens nas quais participantes posaram para a foto, sorridentes.