Notícias


60 Anos da ditadura militar: um chamado à reflexão e ao compromisso com os Direitos Humanos.


Publicado em: 1 de abril de 2024

Durante a ditadura militar brasileira, de 1964 até 1985, a Psicologia enfrentou desafios significativos e teve seu papel moldado pela conjuntura política e social do país. Por mais de 20 anos houve forte repressão política, com censura à imprensa, perseguição a opositores políticos e restrições às liberdades civis, que geraram impactos negativos na comunidade acadêmica, incluindo psicólogas/os que estavam envolvidos em atividades críticas ao regime.

Muitas/os psicólogas/os estavam vinculadas/os a instituições governamentais ou militares, onde sua expertise era frequentemente utilizada para propósitos de controle social e até mesmo em apoio à tortura, uma mácula em nossa história. Entretanto, muitas/os outras/os psicólogas/os continuaram a trabalhar em áreas como a clínica e a social, buscando ajudar pessoas e comunidades a enfrentar os desafios psicológicos decorrentes da repressão, da violência e da desigualdade social tão presentes nesse período histórico do nosso país.

Vale lembrar que nessa época teve início o desenvolvimento da Psicologia social crítica no Brasil, influenciada por teorias marxistas e na análise das estruturas de poder e nas formas de resistência, que moldaram abordagens teóricas e práticas profissionais inclusive após o fim do regime militar.

A preservação da história nos permite compreender a manutenção de estruturas que tiveram origem nesse regime autoritário. Após 60 anos do início da ditadura no país, com o golpe militar do dia 31 de março de 1964, é nosso dever refletir sobre as consequências que ainda reverberam na nossa sociedade, e como a Psicologia desempenha um papel crucial na compreensão dos prejuízos causados pelas inúmeras violações praticadas no Brasil.

Faz parte dos princípios fundamentais descritos no Código de Ética Profissional da Psicóloga/o : “A/o psicóloga/o baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Neste sentido, além de ter uma escuta sensível e compreensiva a todas as pessoas afetadas direta ou indiretamente por esse regime militar, temos que assumir a defesa intransigente dos Direitos Humanos.

Diferenças que constroem, compromisso social e ético da Psicologia.

 

#ParaTodosVerem
Imagem em preto e branco, quadrada, mostrando manifestantes reunidos na rua. Eles estão segurando uma faixa branca com letras pretas. Letreiro: “Abaixo a ditadura. Povo no poder”. (fim da descrição)


Termos relevantes
direitos humanos