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Psicologia e Violência de Estado: CRP SP debate resistência à fome e impactos psicossociais
Publicado em: 17 de setembro de 2025
Nos dias 4 e 5 de agosto, o Centro de Integração Social pela Arte, Trabalho e Educação (Cisarte), em São Paulo, foi palco do evento “Psicologia, violência de Estado e fome”, promovido pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP SP). O encontro reuniu especialistas e movimentos sociais para uma reflexão crítica sobre o papel da categoria no enfrentamento de traumatizações coletivas.
A psicóloga e conselheira do CRP SP, Maria da Glória Calado (CRP 06/33194), deu o tom dos debates na abertura, ressaltando com ênfase que “a fome não é um fenômeno natural, mas uma construção social e política. Enfrentar a fome exige justiça social, não caridade.” Na sequência, o psicólogo Antonio Euzébios Filho (CRP 06/85759), coordenador do Observatório do Trauma Psicopolítico, fez um chamado à ação: “é necessário ser exagerado, tomar partido e não naturalizar certas coisas que estão acontecendo no mundo.”
Os debates destacaram a importância de reparações psicossociais coletivas construídas junto às comunidades, rompendo os limites do direito tradicional. A professora Lizbeth Ximena Lozano Amaya, da Universidade Nacional da Colômbia, defendeu uma atuação implicada da Psicologia, afirmando que “implicar-se é ir com um grupo, contribuir com a memória e a verdade. A Psicologia deve se comprometer com as vítimas.”
O evento também alertou para o agravamento da violência institucional. O psicólogo Bruno Gonçalves (CRP 06/109975), que atua com povos indígenas e quilombolas, defendeu a importância de se “cuidar do comum (água, terra, ar), garantir dignidade e defender a autodeterminação”. Já o psicólogo e professor Pedro Henrique Pessanha (CRP 04/58622), da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), salientou que “o dano psicossocial é invisibilizado por ser lento, gradual e difícil de judicializar”, especialmente em cenários de desastres ambientais que criam novas zonas de sacrifício.
Em sua fala de encerramento, a psicóloga e conselheira do CRP SP, Camila Andrade de Oliveira (CRP 06/94895), reforçou o compromisso ético-político da Psicologia ao convocar o público a resistir à naturalização da violência e da desigualdade, destacando a importância da atuação conjunta com os movimentos sociais para construir uma sociedade justa, solidária e comprometida com os Direitos Humanos.
Acesse o álbum de fotos do evento: https://photos.google.com/share/AF1QipMNkRJhYNaeQwj-26E00zfGidFVuffzNJ8KfMZ2nTg62_2eHGKwguRXBSqxUj7M1w?key=aU5aTlRGcU5rVnYzbk5qczJPX0xLbkk0X2p4YmRn
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Card quadrado, fundo em tons de bege com grafismos semicirculares distribuídos nos cantos e centro, nos tons rosa, vinho, verde e marrom. (fim da descrição)